quarta-feira, 4 de julho de 2007

DANÇA - Nova coreografia do Ballet de Londrina: 'Decalque' faz sucesso em São Paulo - Folha de Londrina 04/07/2007


DANÇA - 'Decalque' faz sucesso em São PauloNova coreografia do Ballet de Londrina, que estreou no FILO, ganha elogios de crítica especializada durante apresentação na capital paulista
Arquivo Folha/ DivulgaçãoO 'vocabulário' coreográfico da companhia londrinense foi ressaltado pela crítica Helena Katz: trupe abrirá o Festival de Dança de Cascavel, no sábadoRomeu e Julieta, o casal imortalizado por Shakespeare (1564-1616), tiveram filhos representados pelas releituras do clássico universal, tentando imitar a beleza do original. É o caso de ''Decalque'', nova coreografia da Companhia Ballet de Londrina que, depois de estrear no Festival Internacional de Londrina (FILO), se apresentou, recentemente, em São Paulo, despertando elogios de Helena Katz, crítica de dança do jornal O Estado de S. Paulo.
''A inquietação se instala assim que a primeira cena começa, mas a obra precisará caminhar um pouco mais, e a curiosidade também, para que se descubra que, dessa vez, é o movimento que ocupa o foco central, e não o enredo de Shakespeare'', comentou Helena Katz em sua crítica no Estadão. O vigoroso elenco dança sobre a partitura de Prokofiev (1936) e para a crítica o êxito da montagem está no tipo de movimentação dos bailarinos e no grande vocabulário da coreografia de Leonardo Ramos, diretor da companhia londrinense. Katz deixa espaço na sua crítica para o talento individual dos bailarinos Alessandra Menegazzo, Alexandro Micale, Bruna Martins, Carina Corte, Cláudio de Souza, José Maria, Juliana Rodrigues, Luciana Lupi, Marciano Boletti e Viviane Terrenta, avaliados como bons frutos de um projeto de continuidade. Nas considerações da crítica de dança, o elenco venceu - bravamente - dificuldades como a sala de apresentação, o Teatro da Dança, ex-Teatro Itália, que, na sua opinião, não é um palco indicado para esse tipo espetáculo. Para a crítica, o Ballet de Londrina superou outra barreira em que muitas companhias tropeçam: a tentação de ficar preso a todas as linhas do clássico. Katz enxerga nisso um dos méritos de ''Decalque''. Porém, nos bastidores de ''Decalque'', uma outra forma de bravura da companhia de dança não é visível no palco, mas sustenta todo o trabalho da companhia, que sobrevive fora do eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte. ''Trabalhamos com uma ausência de patrocínios, apesar de termos projeto aprovado na Lei Rouanet. Primeiro falta visão do empresariado local. As grandes empresas que patrocinam espetáculos estão fora da nossa área de contato e mais próximas dos grupos de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quando saem os grandes editais, a gente acaba competindo com produtores cariocas, paulistas, entre outros'', avalia Leonardo Ramos.
O diretor da companhia, que se apresentou também em Piracicaba, colhendo bons elogios, ressalta que as críticas favoráveis à montagem são importantes para abrir portas. ''O Ballet de Londrina se apresentou em São Paulo num lugar inadequado, mas somente foi para lá porque o teatro tem um projeto com recursos do governo paulista, que possibilitou a nossa viagem. A gente foi perdendo espaço na programação de São Paulo por falta de patrocínio'', afirma Ramos, acrescentando que, no próximo sábado, a coreografia ''Decalque'' abrirá o Festival de Dança de Cascavel.
Francismar LemesReportagem Local

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