sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os novos passos de uma antiga história

Balé Teatro Guaíra apresenta, amanhã e domingo, Romeu e Julieta no Ouro Verde. Espetáculo marca lançamento do 29º FML
Jornal de Londrina - Paulo Briguet

A história dos dois jovens amantes de Verona comove plateias há mais de 400 anos. Romeu e Julieta pode não ser a melhor, mas segue sendo a mais famosa tragédia de William Shakespeare. Praticamente tudo que saiu da pena do dramaturgo inglês causou amplas repercussões, não apenas no teatro e na literatura, mas em outros gêneros artísticos. Prova disso é o balé Romeu e Julieta, musicado nos anos 30 pelo compositor russo Sergei Prokofiev (1891-1953).

Neste final de semana, o público de Londrina terá oportunidade de ver a antiga história sob uma nova perspectiva. O Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, apresenta Romeu e Julieta, coreografia em três atos baseada na obra de Shakespeare, com música de Prokofiev. Haverá duas sessões no Teatro Ouro Verde: amanhã (às 20h30) e domingo (às 19h30).

O espetáculo marca o lançamento do 29º Festival de Música de Londrina (FML), que será realizado em julho. O Romeu e Julieta do Guaíra tem coreografia moderna, assinada e dirigida por Luiz Fernando Bongiovanni. A direção cênica é de Edson Bueno. Nos papéis principais, estão os bailarinos Fábio Valladão e Alessandra Lange. O Festival de Música é realizado pela Secretaria de Estado da Cultura, Prefeitura de Londrina, Casa de Cultura UEL e Associação de Amigos do FML.

Em entrevista ao JL, Luiz Fernando Bongiovanni conta que, para criar a coreografia, fez uma ampla pesquisa sobre as montagens do balé Romeu e Julieta, das mais antigas às contemporâneas. Sua maior influência neste espetáculo foi o coreógrafo russo Mats Ek, com quem trabalhou na Suécia. “Ele revisitou vários balés clássicos e tem uma forma especial de trabalhar com personagens dramáticos”, diz.

Bongiovanni conta que seu grande desafio foi transformar estados emocionais em movimentos coreográficos. Para equacionar essa transposição, o coreógrafo paulista mergulhou na fonte original: o texto de Shakespeare. “Fui ao âmago da história; reli a peça para poder traduzir o sentimento dos personagens para a dança.”

Um exemplo, segundo o coreógrafo, está na famosa cena do balcão – em que Romeu e Julieta aparecem sozinhos em cena pela primeira vez – Bongiovanni procurou fazer com que os personagens demonstrassem simultaneamente atração e repulsão. A atração está ligada ao amor recíproco do casal. A repulsão simboliza o ódio entre as famílias Montecchio e Capuleto.

Luiz Fernando Bongiovanni diz que o Romeu e Julieta do Guaíra é uma “obra com elementos híbridos”. Para ele, o espetáculo combina as linguagens do balé clássico e da dança contemporânea. “É uma obra para toda família. Procurei usar elementos modernos e movimentos sofisticados, mas sem desfigurar a característica do enredo original. Quisemos, acima de tudo, contar uma história.”

Serviço – Romeu e Julieta, com o Balé Teatro Guaíra. Amanhã (20h30) e domingo (19h30), no Teatro Ouro Verde. Ingressos: R$ 30 e R$ 15. Vendas na bilheteria do Ouro Verde.

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