Por Ney Motta
"Decalque" é decorrência de um processo de pesquisa iniciado pelo Ballet de Londrina em 2006 com o espetáculo "Fale Baixo" (já apresentado no RJ), cuja proposta principal é trabalhar novos e diferentes eixos de equilíbrio e apoios para locomoção. Na exploração desse processo, foi na música Romeu e Julieta, de Prokofiev, que se identificou a energia do movimento investigado no atual momento.
Desta forma, a opção por montar este clássico de Shakespeare não partiu da idéia de contar a já tão conhecida história dos dois amantes de Verona, mas usá-la como substrato para a construção da dança. O motivo principal da criação não foi o tema, mas o movimento.
O processo foi um desafio para o elenco: Alexandro Micale, Bruna Martins, Carina Corte, Cláudio de Souza, Guilherme Floriano, Gláucia Leite, José Ivo, José Maria, Juliana Rodrigues, Nayara Stanganeli, Marciano Boletti e Viviane Terrenta, que tendo corpos solidamente formados na vertical através de anos de estudo de ballet clássico, teve que construir novos apoios e eixos, fazendo de suas limitações fonte de descoberta de movimentos singulares e até dotados de algum ineditismo.
O espetáculo apresenta um roteiro de movimentos que conduz os personagens/bailarinos a transitarem em um plano onde o físico é exigido ao extremo, criando assim o ambiente da obra. Mais que a narrativa, o que se explora, são os aspectos universais vividos pelos personagens como a questão do destino, da solidão, da paixão, da proibição, da morte. O público, por vezes, encontrará referências claras ao enredo, mas isso logo é esquecido, ficando aquilo que foi o motivo da criação: o movimento.
Não há só um Romeu ou uma Julieta. Os bailarinos se revezam nestes papéis nas mais diversas combinações e fragmentos de cena se reproduzem, como que por decalque, com diferentes bailarinos, em diferentes momentos. Os demais personagens não estão presentes na sua totalidade, havendo apenas algumas aparições, mas sem um compromisso de identificá-los para o público. A idéia é provocar impressões de personagens e situações dramáticas, mais que apresentar personagens ou desenvolver situações literais.
As apresentações na cidade acontecem a partir do dia 18 de junho (pré-estréia para convidados e imprensa) no Teatro Cacilda Becker, com ingressos a preços populares, e fazem parte da turnê que o Ballet de Londrina vem realizando desde 2007 por cidades brasileiras. Na semana seguinte as apresentações no RJ, a peça será apresentada em Lima, no Peru. Em dezembro a companhia completa 15 anos de atividades.
Teatro Cacilda Becker. Rua do Catete 338, Largo do Machado. Tel. 2265-9933.
Bilheteria de quinta a domingo a partir das 16h / Acesso facilitado para deficientes físicos / Próximo ao Metrô Largo do Machado.
Dia 19 de junho às 21h (ingressos promocionais à R$ 1.99)
Dias 20 e 21 de junho às 21h e dia 22 de junho às 19h (ingressos à R)
Classificação Indicativa: Livre
Duração: 60 minutos
Até domingo, dia 22
Ney Motta | Arte Contemporânea Comunicação
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